4 de outubro de 2011

Poetas.

Tem pessoas que dizem que os poetas são loucos, que eles idealizam o amor, e que são depressivos... não é bem assim. Eles são pessoas que conseguem transmitir o que sentem atravez de palavras, e isso é encantador demais.
Alguns conseguem nos fazer pensar que foi escrito particularmente para nós, versos que descrevem momentos que estamos passando, ou nossa personalidade.
Não. Poesia não é só amor; Ela também é intensidade, nos aconselha, e nos faz viver, seguir em frente :)
• Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o Amor toma conta dele.

• Parar pra pensar e tentar entender que o poeta vira gente quando alguém consegue compreender que cada letra escrita por sua mão é um pedaço do que faz pulsar o seu coração.

•  Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.
Fiquei feliz em poder sentir tua falta, - a falta mostra o quão necessitamos de algo/alguém. É assim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido longo, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti. /CaioF.
O poeta e o relógio

Tensão.
O poeta escreve desesperadamente, pela terceira noite seguida. Mil ideias passam por sua cabeça, e ele não pretende perder nenhuma delas. Sua mão dói. Sua cabeça lateja por causa das noites sem dormir, mas isso não o fará parar. Na parede, o relógio segue seu ritmo, arrastando as horas pelas paredes do quarto.

Escuridão.

O mundo inteiro parece dormir. As velas do aposento iluminam fracamente, muitas delas já apagadas. Nem mesmo a lua brilha. Naquela noite, o mundo parecia ter decidido deixar o poeta terminar seu trabalho em paz, sem nada a incomodá-lo. Até mesmo os lampiões da rua pareciam ter sido esquecidos. Um mundo sombrio reinava.

Silêncio.

No há movimentos nem sons na rua. Até mesmo os animais noturnos pareciam ter decidido deixar o poeta sozinho. Os únicos sons são o da respiração ofegante do poeta e do relógio. Um leve tic-tac embalava o momento, quase como uma canção de ninar. Diante de tão solene momento, um ruído poderia até quebrar, como taças de vidro ao chão.

O mundo não dorme. Está morto.

Uma gota de sangue. Os dedos do poeta começam a sangrar; mesmo assim, ele não para. A dor parece consumir seu corpo lentamente, mas ele não deixará que isso interrompa seu momento de glória. Ele via naqueles versos uma verdadeira obra, algo que mudaria o mundo. E ele o completaria esta noite. Ele suportaria a dor.

Uma parada.

Pela primeira vez, o relógio começa a diminuir seu ritmo, como se alguma mão invisível começasse a segurar os ponteiros. O poeta acelera sua escrita, percebendo que sua obra está chegando ao fim. A adrenalina sobe, e ele não consegue se conter.

Um suspiro.

O relógio para. O poeta escreve a última palavra. Sorri triunfante, admirando seu trabalho. Olha para suas mãos; quanto sangue. Mas está feliz. Joga-se cansado sobre a cadeira. O ar parece pesar. Sua visão começa a escurecer. Ele fecha os olhos. Um leve suspiro se forma em seus lábios.

O poeta está morto.

1 comentários:

Olá, meninas!
Que postagem linda esta com a qual nós fomos presenteadas!
Poesia não é um dos gêneros mais fáceis a ser lido, e não pode ser levado como prosa, devorado... É uma questão de tempo, de amadurecimento e compreensão.
As palavras dos poetas me conquistam, fazem com que eu os ame, como quis Caio Fernando Abreu. Mas é tudo muito lentamente, como um último gole de alguma bebida especial...
O leitor tem que estar preparado para a poesia; só assim ela estará pronta para ele.

Fico contente que tenham gostado do texto que disponibilizamos lá no blog. A autora foi muito feliz em tê-lo escrito. Adoro-o tanto que até o tenho na porta do meu armário para lê-lo quando estiver triste.

Beijinhos,
Ana - Na Parede do Quarto

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